quarta-feira, 29 de março de 2017

No princípio era o caos...

Depois, quando percebi que ia ter 500 consultas por semana, tratamentos, exames e afins decidi ter uma agenda e um dossier todo organizadinho com a documentação toda por categorias e ordem cronológica. 

Mas depois voltou o caos (o malvado é teimoso, que se há-de fazer). E não só o caos em toda a documentação, agenda e afins mas também na minha cabecinha. O Tico e o Teco começaram a ter dificuldade em subir à tona de entre os litros de químicos que todas as semanas teimam em inundar o crânio onde habitam, outrora tão sossegado. 

E eu comecei a navegar na maionese... E a malvada é escorregadia. Eu bem tento dar o passo em frente mas logo logo derrapo e dou mais dois atrás.

E hoje e o dia de acabar com este caos!!! (ou pelos menos tentar, vá!). Tenho 100000 planos de coisas para fazer e organizar e tenho o tempo para fazê-lo. Porque não o faço? Pelo caos mental instalado. Sou capaz de andar um dia inteirinho a não fazer nada! Não leio porque não me consigo concentrar, não vejo televisão porque não me consigo concentrar, não arrumo nada porque começo mas nunca termino porque me disperso a tentar fazer outra coisa na qual não me consigo concentrar... UFA, isto cansa!

Por isso hoje saquei da minha maravilhosa agenda solidária do IPO (cujos textos também ainda não li todos porque, adivinhem lá, não me consigo concentrar!) e já preenchi os próximos dias com as tarefas que tenho mesmo mesmo mesmo (assim com uma obrigação daquelas mesmo obrigatórias) que dar como terminadas ao final do dia. Dê por onde der!! Não fosse eu a pessoa que adora listas, pelo simples gozo de colocar um visto em frente a cada item.

Vamos a elas, rapaziada! (andava doida para encontrar o texto certo para citar o Emanuel! Categoria, hen?)




quinta-feira, 23 de março de 2017

Mesmo???

Cada vez tenho mais a certeza que numa vida passada fui um monstrengo escamudo e pessonhento que com o seu hálito flamejante andou a maçar uma data de gente, destruindo as suas cabanitas e papando o seu gado....

Tenho um cancro. OK. Não, olha afinal são dois. OK. Sistema imunitário em baixo e corpo a ceder na semana (mais uma das) em que o marido não está. OK.

Não chega? Toma lá um vírus de gastroenterite para a miúda que ainda tens muita energia para limpar cocós e vomitados! 

Recado para seja lá quem for que faz a gestão de karmas: "enough is enough", tá?



segunda-feira, 20 de março de 2017

E o prémio dos mais resistentes vai para....

Os pelos das pernas!!

Não, não houve aqui nenhuma troca de envelopes! Podem dizer-me que sou forte, uma guerreira, sobrevivente ou whatsoever mas ninguém supera a garra dos pelos que alegremente habitam as minhas pernocas!

Já lá vão 12 sessões de quimioterapia e não houve pilosidade que resistisse.  Desde o cabelo, sobrancelhas, pestanas, buço (este agradeço!), pelos do nariz (blhac!) e pilosidades de outras zonas que o meu pudor não me permite especificar, nada resistiu aos agressores que semana a semana têm viajado pelas minhas veias.

Mas os senhores pelos das pernas não! Esses são demasiado importantes para se vergar a uma coisa dessas. Ceder à quimioterapia é para meninos!

Se resistirem às 4 sessões que ainda faltam prometo que lhes dou um diploma!

E juro que se fechar os olhos e me concentrar os consigo ouvir cantarolar Kayne West enquanto calmamente vêem os citotóxicos passar.


Work it, make it, do it, makes us
Harder, better, faster, stronger


N-now th-that that don't kill me
Can only make me stronger






quinta-feira, 16 de março de 2017

O cancro é um lugar estranho...

A partir daquele momento em que descobrimos que temos cancro o mundo torna-se um lugar diferente. Tornamo-nos alguém diferente.

Alguns dizem que é um renascer. Nascemos de novo como alguém que não conhecíamos antes da doença.

Diria que no meu caso ainda não renasci e sou apenas um embrião em amadurecimento. Não percebi ainda quem será o meu novo eu. Serei mais forte ou mais fraca, invencível ou vulnerável, mais inconsequente ou mais medrosa (mais chata é que não serei que já estou no top do mau feitio e com o cancro perdi o pouco “filtro” que ainda me restava! 😉 )

Por enquanto neste embrião reina a confusão. Se a maioria das vezes me sinto cheia de força para dar cabo do “bicho” (burn motherfucker, burn) outros momentos há em que o medo leva a dele avante. 

Medo de quê? Medo de que o cancro seja mais esperto e tenha encontrado um cantinho onde se esconder, esperando que a quimioterapia acabe para poder voltar ao ataque. Medo de que não tenha tempo para fazer tudo aquilo que ainda tenho por fazer. Medo de não ver a minha filha crescer. Medo. 

Mas já dizia o outro: "Puto, o medo é uma cena que a mim não me assiste!". É nestes momentos que me foco no presente e naquilo que tenho de tão bom! A família, o marido (com quem partilho gargalhadas durante os tratamentos de quimioterapia), uma filha fantástica, linda, saudável e bem disposta, amigos cinco estrelas e até um porquinho da índia que juro que é o mais giro e inteligente que alguma vez já foi visto!

E tudo aquilo que tive o privilégio de já ter vivido! Sobrevivi a viagens no deserto em dromedários cheios de pulgas, acampamentos selvagens à beira do glaciar, comidas que até hoje desconheço a composição (a ignorância é uma bênção!), degustadas em locais que tinham mais baratas que clientes, ratazanas como companheiras de quarto e tubarões como companheiros de mergulhos… tanto que contar! Não vai ser o sr cancro que me vem agora fazer mossa!


Até agora este embrião aprendeu que o segredo é gozar cada momento. Aquilo que vejo a minha filha fazer na inocência própria da idade em que o mundo é todo ele uma novidade. Saltar nas poças, dançar sem razão nem local, desfrutar de cada momento. Não por ter medo que seja o último, mas por saber que é único!

E acima de tudo manter sempre um sorriso! Ouvi dizer que o cancro não gosta de gargalhadas. 

A vida é feita de pequenos nadas
Que agente saboreia, mas não dá valor
Um pensamento, uma palavra, uma risada
Uma noite enluarada ou um sol a se pôr
Um bom dia, um boa tarde, um por favor
Simpatia é quase amor
Uma luz acendendo, uma barriga crescendo
Uma criança nascendo, obrigado senhor
Seja lá quem for o senhor
Seja lá quem for a senhora
A quem quiser me ouvir e a mim mesmo
Eu preciso dizer tudo o que eu estou dizendo agora
Preciso acreditar na comunicação
Não há melhor antídoto pra solidão
E é por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto
Se o que sinto fica só no meu peito
Por mais que eu seja egoísta
Aprendi a dividir minhas derrotas e minhas conquistas
Nada disso me pertence
É tudo temporário no tapete voador do calendário
Já que temos forças pra somar e dividir
Enquanto estivermos aqui
Se me ouvires cantando, canta comigo
Se me vires chorando, sorri


Tás a ver, Gabriel o Pensador





quarta-feira, 8 de março de 2017

Quando ele era ela

Há umas semanas entrei no supermercado depois da minha caminhada para limpar o Paclitaxel das dobradiças. Verdade que o meu look não seria o melhor, de calças de fato de treino e sweat shirt mas caminhar de saltos altos e saia travada não me dá lá muito jeito! Como sempre exibia despreocupadamente a minha careca.

À minha frente na fila estava uma senhora dos seus 60 anos, completamente acelerada (não fosse o bom ar diria que lhe arrumava nos ácidos!) e com pinta que quem anda meio cá meio em lala land. Quando pôs as coisas no tapete viu que lhe faltava algo e disse-me bem alto: "Ai, que me esqueci do croissant. O SENHOR pode passar que eu vou ali buscar uma coisa".

Oi?

Toda a gente à volta com um ficou um ar constrangido. Eu sorri por achar que o momento dispensava mais explicações.

Com o seu modo turbo a senhora regressou à fila ainda não tinha chegado a sua vez e fez questão de gritar mais uma vez: "o senhor passe na mesma, que eu cá por mim dou a vez". Agradeci mas disse que não valia a pena. "O senhor não tem pressa?" perguntou. Eu respondi já a rir: "Não, não, o senhor não tem pressa. Obrigada!".

Neste momento o empregado da caixa não conteve o riso. As pessoas à volta estavam todas com um "enrascado" como se a gafe tivesse sido delas! 


Pelo sim pelo não quando cheguei a casa fui verificar se não me tinha nascido nenhum extra lá por baixo que isto com a quimioterapia nunca se sabe! 




Feliz dia da Mulher!



Fonte: https://www.flickr.com/photos/katkura/2318141067/

segunda-feira, 6 de março de 2017

Ouch...

É mais forte que eu...

Tenho cancro, fui picada, furada e escaranfuchada milhentas vezes nos últimos meses mas.... ODEIO tirar os pensos rápidos depois das análises!



sábado, 4 de março de 2017

Cabelos leva-os o vento…

Uma das características mais marcantes da pessoa com cancro será a falta de cabelo associada ao processo de quimioterapia.

Quem me conhece sabe que nunca fui muito apegada ao meu cabelo. Tanto o tenho comprido como me dá na gana e o corto bem curtinho (as opções de cores mais alternativas felizmente foram uma fase que já passou! 😏).

Assim, a perda de cabelo nunca foi causa de angústia durante todo este processo e rapidamente me habituei aos diferentes looks ao longo do processo (uns mais simpáticos que outros).



Fase I - Look Rapunzel

Foi aqui que tudo começou. Tinha o cabelo bem comprido quando recebi o diagnóstico.
“Ah, então gostas de ter o cabelo comprido!!”. Errado! Tinha cabelo comprido porque sou uma preguiçosa e detesto ir ao cabeleireiro e por isso já devia haver pelo menos 1 ano que o meu cabelo não via uma tesoura. Porém acho que o cabelo comprido só dá é trabalho. Já terminei a busca pelo príncipe encantado por isso as longas tranças apenas dariam jeito para aqueles dias em que ele se esquece das chaves em casa.
Cerca de uma semana e meia após receber o diagnóstico e a programação dos tratamento tratei logo do assunto. Achei que não era preciso ser já radical e rapar a cabeleira, mas pedi à cabeleireira que me desse uma bela tesourada (no cabelo, veja-se!). Expliquei-lhe o porquê e foi aí que percebi pela primeira vez que as pessoas ficavam atrapalhadas e não estavam preparadas para ouvir alguém falar sobre si e pronunciar abertamente a palavra cancro.



Fase II – Look G.I. Jane

Duas semanas após o primeiro tratamento com EC percebi que vinha aí algo de novo. Pela noite, ao deitar a cabeça na almofada começou a doer-me algo que nunca me havia doido antes (e tantas vezes usei em tom de brincadeira a expressão “até me dói o cabelo”). Ao mexer a cabeça na almofada sentia todos os meus folículos capilares em sofrimento. E foi certinho que no dia seguinte comecei a ficar com madeixas de cabelo na mão de cada vez que lhe mexia. Já para não falar da quantidade de cabelo que ficou na banheira que seria suficiente para construir meia dúzia de obras primas da Joana Vasconcelos.
Era o sinal de que estava no momento de rapar o cabelo. Não que isso fosse impedir que caísse mas por achar ser menos penoso ter uma imagem menos marcada da sua queda (já para não falar do cabelo espalhado por todos os recantos da casa). 
Nessa tarde fizemos a festa do “vamos rapar o cabelo à mamã!”. Invertemos papéis e desta vez foi o marido que tratou de me dar um look digno de uma G.I. Jane que vai enfrentar a sua recruta. A filhota assistiu a tudo entre o apreensiva e o divertida (só não achou piada quando brincámos que a seguir seria ela e cortar os caracóis!). No fim ainda tive direito a uma festinha na cabeça e um “a mamã está munita 💕”.



Fase III – Look “tentei cortar o cabelo às escuras”

E assim lá foi caindo o meu cabelinho. Arrisco-me a dizer que desde que o meu defunto gatinho se foi que não havia tanta pilosidade pelo chão e pelos sofás.
E claro que, sendo meu, o cabelo não poderia cair de forma ordeira e arrumada. Começaram por cair tufos aqui e ali originando peladas desordenadas e culminando naquela que baptizei como a crista de punk em negativo (ou seja, uma linda faixa central completamente desprovida de cabelo, ladeada pelos cabelos mais resistentes que se foram aguentando à bronca).
Quando na junta médica para atribuição de atestado multiusos o médico de ar monocromático me perguntou, no automatismo da 1000000ª pessoa que vê naquele dia, se eu já estava a fazer quimioterapia respondi verbalmente com um simples “sim” mas na minha cabeça ressoou um “não, eu é que gosto de todas as manhã colocar uma venda e tentar rapar a cabeça a mim própria!”.



Fase IV – Look Humpty Dumpty

E chegou a um ponto em que a coisa esteticamente já estava esquisita demais (até para mim!). Um tufinho de cabelo aqui e ali (tufinho assim a dar para o tufão que, se eu já desconfiava, este processo veio confirmar que tenho cabelo para dar e vender).
E quando achei que já mais me parecia com um cão com sarna, lá veio a gillete dar uma mãozinha para a coisa ficar mais composta. Ganhei o vício de passar a mão pela cabeça pois até gostava da sensação de sentir o couro cabeludo macio (cá por casa havia mais alguém com esse hábito mas só por achar que me parecia com um pequeno Buda e, pelo sim pelo não, mais valia esfregar a careca não fosse dar sorte!).




Fase V – Look tartaruga

Até acabar a primeira fase de tratamento mantive as sobrancelhas e pestanas na quase totalidade o que, parecendo que não, é uma enorme mais valia no aspecto geral da coisa.
Já o Paclitaxel foi implacável para com estes pelinhos! A falta de pestanas deu logo origem a uma conjuntivite (confirma-se, elas estão cá para alguma coisa!). E só quando ficamos sem sobrancelhas é que percebemos quanta falta nos fazem para dar expressão ao rosto. 
Vantagem: agora posso maquilhar as sobrancelhas como me apetecer e passar o dia todo com um ar espantado, zangado ou apreensivo!



Fase VI – Look passarinho que caiu do ninho


E chegamos à fase em que a coisa se encontra. Apesar de sem sobrancelhas e pestanas parece que o cabelo decidiu insurgir-se e começar a crescer como se não houvesse amanhã. Claro que ao ritmo de um cabelo que continua a ser bombardeado com químicos pouco amigos que o querem destruir (e vá, chamar-lhe cabelo talvez não seja assim o mais correcto…). Numa versão mais realista seria: “começou a nascer-me uma penugem pela cabeça e olhando assim ao longe quase que parece que já tenho cabelo!). 
Mas se a coisa continua a este ritmo vou de rabo de cavalo para a cirurgia, ai vou vou!

quarta-feira, 1 de março de 2017

As alegrias da quimioterapia – Capítulo II (já só faltam 6)

E que grande alívio foi acabar a primeira fase de quimioterapia e pensar: “Boa, o pior já foi! Agora vem a parte fácil!”. Pelo menos assim me foi transmitido pela experiência de quem já viu muita  gente passar por este processo. Depois do EC, o Paclitaxel vai ser canja! (e eu que não gosto de canja…)

Desta vez as sessões passariam a ser semanais. Doze semanas de intoxicação non-stop!

O Paclitaxel tem um modo de acção um pouco diferente da Ciclofosfamida e da Epirrubicina,embora o resultado final seja o mesmo (o impedir a divisão celular que está exacerbado nas células tumorais e induzir a morte celular programada que estas não são capazes de realizar). Porém, este citotóxico não actua directamente sobre o DNA mas sim sobre uma estrutura celular denominada citoesqueleto, alterado a sua dinâmica (nomeadamente pela estabilização de estruturas chamadas microtúbulos, essenciais para que haja a correcta segregação de cromossomas durante a divisão celular). 

O Paclitaxel está presente na casca de uma árvore que cresce na costa noroeste da América do Norte portanto, se quisermos ver as coisas assim de uma forma light, quase que é um produto natural (brincadeirinha! 😉)

Uns dias antes descobri que há muita gente a sofrer choque anafilático quando faz o tratamento com Paclitaxel. Assim sendo, as primeiras duas sessões tiveram o extra de uma pré tratamento de modo a evitar que o corpo entrasse em choque caso não gostasse de receber nas veias este novo amigo. Não havendo indícios de alergia, a primeira sessão seria com dose completa de pré tratamento, a segunda apenas com metade e a terceira sem rede! Perante este panorama, se na primeira e segunda sessão ia stressada, na terceira acho que nem respirei durante as duas horas de tratamento. A enfermeira alertou para ao mais pequeno sinal (dor ao fundo das costas, dor no peito, falta de ar…) não esperasse um segundo para chamar alguém para que fosse activado o protocolo de emergência. Passei o tratamento de olho no botão para chamar auxílio. Em vários momentos pensei sentir todos os sinais de alerta ao mesmo tempo… espera, dói-me ali? Não, não é nada. Ai, será que é isto? Nopes, ainda não… E para meu espanto o meu corpo, que é normalmente esquisitinho e dado a alergias, recebeu de braços abertos e sem pestanejar este novo tratamento!

Disse também adeus aos 500 comprimidos para o enjoo e, apesar de não ter propriamente um apetite voraz, comer já não é um acto tão penoso nem tenho náuseas dignas de assim se chamarem.

O cabelo começou também a crescer. OK, não é propriamente cabelo, é mais uma penugem. Mas, tendo em conta o meu look anterior, pode dizer-se que tenho já uma farta cabeleira! Em compensação as sobrancelhas e pestanas (que até agora se tinham aguentado à bronca) estão a ficar escassas o que me dá aquele ar meio tartaruga meio pessoa incapaz de ter qualquer expressão facial.

Então esta quimioterapia leva-se mesmo na boa, certo? Errado!!! Os efeitos secundários do Paclitaxel têm sido para mim os piores de todo este processo.

Dores nas articulações, dores musculares e o cansaço extremo (e por extremo entenda-se mesmo extremo). A cada tratamento a coisa fica mais agreste… Tenho “apagões” no sofá em que bem podem tentar acordar-me que eu continuo profundamente envolvida nos meus sonhos. Mexer-me para fazer seja o que for parece sempre uma tarefa herculeana.

A neuropatia periférica também decidiu atacar em grande. As mãos dormentes e dificuldade em fazer qualquer tarefa que implique motricidade fina. Já para não falar na falha dos neurónios que teimam em esquecer-se daquilo que estou a fazer (por enquanto ainda sei onde moro mas, pelo sim pelo não se me virem por aí com um ar perdido devolvam-me à procedência sff!).

Poderia dizer que o tratamento com Paclitaxel me está a dar alguma rodagem na preparação para a velhice. Quando a malta for apanhada de surpresa com as artroses, sem destreza para fazer o laço dos atacadores, com a "xexézice" e a menopausa (sim, essa também cá anda) eu já estou bem preparada e com experiência na matéria! Ora toma!

Ao fim da quinta sessão fiz bingo nas análises. Leucopenia, Linfopenia, Granulopenia, Anemia e Trombocitopenia! O que assim em resumo quer dizer que não havia nada no meu sangue que estivesse em condições. O meu corpo estava a gritar por socorro!

Toma lá mais umas injecções para dares na barriga para estares pronta para mais uma dose. Mas o corpo não aguentou a lá tivemos que fazer o primeiro (e espero que único) adiamento do tratamento. Daí a minha semana a (tentar) recarregar baterias.

Ontem já estava preparada para mais uma dose e já só faltam seis para dizer bye bye à quimioterapia! 😁

 Fonte: The awkward yeti