terça-feira, 22 de agosto de 2017

Sobre a condição de doente oncológico no mercado de trabalho

"(Em vez de descriminar, despromover e retirar tarefas, o empregador ) antes tem o dever de adoptar um conjunto de medidas de adaptação das condições de trabalho para que sejam ajustadas à particularidade destes trabalhadores. Podem ser coisas simples e muitas vezes nem custam dinheiro: trocar funções, ajustar horários, pôr o trabalhador numa sala mais clean..."
Na minha opinião, para que tal se torne uma realidade, é necessário em primeiro lugar haver uma consciencialização geral dos efeitos que os tratamentos têm num doente oncológico (tantas vezes de modo permanente). Pelas vezes que me dizem: "estás com tão bom aspecto" (e agradeço o elogio), percebo que é complicado para terceiros compreenderem o mau estar e limitações que o doente oncológico continua a sentir mesmo após finalizar os tratamentos (que podem ir desde os problemas articulares e de mobilidade, a deficiências de imunidade, problemas cardíacos, de concentração...). Este desconhecimento pode muitas vezes levar à má interpretação das suas limitações como uma mera preguiça ou falta de vontade. 


É por isso tão importante a "educação" para a compreensão do que realmente significa e implica ser um doente oncológico e de que, mesmo sem recidivas da doença, este será doente oncológico para sempre.



P.S. podem continuar a dizer-me que tenho bom aspecto, que um elogio cai sempre bem! 

A ler aqui a entrevista sobre a discriminação do doente oncológico no mercado de trabalho com a investigadora Milena Rouxinol no jornal Público. 

😉

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