sexta-feira, 5 de maio de 2017

Última dia de emplastro

Ontem foi finalmente o último dia em que vivi com o inquilino mais indesejado de sempre que se instalou no meu corpo sem ser convidado.

Como chapada de luva branca ainda demos um passeio juntos, apesar do dia farrusco, e até o alimentei com uma bela dose de junk food com tudo aquilo a que tinha direito. Espero que tenhas desfrutado da sua última refeição. 

Sim caro cancro, é contigo que falo! Espero que tenhas finalmente percebido que foi um grande erro escolheres-me. Hoje vais à tua vidinha que eu vou à minha! Não sei se o teu futuro será num frasquinho no laboratório ou na incineradora junto do restante lixo hospitalar, ardendo em chamas como quem foi fazer companhia ao Belzebu. Nem quero saber. Vai e não voltes!

Apesar do nervoso miudinho, o sentimento hoje é acima de tudo de alívio. Finalmente poderei dizer, ao fim de sete penoso meses, que o meu corpo vai ficar livre!

E quanto à cirurgia, já sei o que procurar para me sentir segura (eu sabia que começar em tenra idade a seguir os ensinamentos dos sábios Monthy Python me ia ser útil um dia!). Não vou dar à luz uma criança, mas a coisa não é assim tão diferente, pois vão tirar este "ser" asqueroso de dentro de mim... Assim sendo, assim que entrar na sala de operações, e antes de me porem a dormir, apenas tenho que me certificar que trouxeram a máquina que faz Ping! De outra forma não há cirurgia para ninguém! 

Até já!!!


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